O processo – parte 1

Quando Michelle e eu tomamos nossa decisão, escolhemos nosso caminho, definimos nossas escolhas não imaginávamos todos os passos que precisaríamos dar.

Desde a primeira vez que fomos até a vara da infância, na segunda quinzena de setembro de 2015, até o dia 30 de junho, quando recebemos o número 117.2XX*, nosso número no CNA, foram tantas etapas, muitos detalhes, incontáveis informações, que, creio eu, faça muita gente desistir de seguir este caminho. Mas precisa ser assim? É realmente necessário? É efetivo?

Precisamos fazer um curso, do qual já falamos um pouco, e provavelmente falaremos novamente. Ao final desse curso nos entregaram uma lista de documentos que precisaríamos juntar.

Certidões negativas de processos cíveis e penais. Atestados de sanidade física e mental. Cópias de nossos holerites, mas também poderia ser um comprovante de que temos um trabalho, explico o motivo daqui a pouco. Documentos pessoais, comprovante de residência, certidão de casamento. Fotos de nossa casa e fotos nossas. Além de declaração de participação no curso, ficha de qualificação e requerimento ao Exmo. Dr. Juiz de Direito da Vara da Infância.

Documentos separados e copiados, hora de ir ao cartório e autenticar todas as vias. Vias autenticadas, hora de digitalizar e salvar, junto das fotos, em um pendrive. Todos os documentos são entregues apenas em vias digitais.

Instruídos a levar as vias em papel dos documentos digitalizados, uma vez que poderia haver alguma dúvida, entregamos todos os documentos, a escrivã os copiou e emitiu uma declaração de recebimento de verificação de conteúdo, dizendo que todos os documentos foram entregues corretamente.

Esses documentos são analisados por um dos juízes da vara e, estando tudo correto e não havendo necessidade de mais nada, é dada ordem para que seja feita a avaliação psicossocial. Aguarda-se 60 dias. Ou mais!

Visita da assistente social, entrevistas com a psicóloga.

Sim, no nosso caso foram mais de 60 dias, na verdade 83 dias até a entrega do parecer do departamento psicossocial.

Nesse momento quero voltar às entrevistas com a psicóloga. Foi no primeiro dia que nos foi apresentada a ficha onde deveríamos preencher os dados sobre o perfil dos nossos filhos. Momento tenso, que eu relutei em pensar, mas que foi extremamente necessário.

Ministério público intimado. Promotora requer a inclusão no CNA. Juíza defere o pedido. Processo volta para o cartório da vara para inclusão no CNA, e depois é remetido para o departamento psicossocial, que faz a inclusão no cadastro da cidade. Tudo bem, eu resumi bem o que aconteceu. Entre algumas dessas etapas nosso processo ficou perdido em uma das mesas. Em outro momento a escrivã saiu de férias e ninguém fez o serviço dela. Depois o processo aparecia para nós, mas não para o departamento psicossocial. Enfim, tudo foi resolvido e conseguimos nosso tão esperado número.

Com todos os encontros e desencontros, nosso processo levou cinco meses e dezoito dias, do dia em que demos entrada, ao dia em que tivemos o nosso nome incluído no CNA. Um tempo muito curto se comparado ao de outras pessoas que conhecemos. Um tempo muito longo quando nosso desejo é o de ter nossos filhos nos braços.

Ok, processo concluído, nome no CNA, número do cadastro em mãos, e agora? Como funciona? Quando as crianças virão?

*espero que entendam o motivo de não divulgarmos o número completo. 😉

 

Uma consideração sobre “O processo – parte 1”

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